Ele estava no hospital há alguns dias. Havia feito a revascularização do miocárdio. Um hospital escola referencia em varias especialidades. Bastante movimentado, até porque seu atendimento estende-se para a região metropolitana e cidades próximas.
Nos quartos a circulação de pessoas, enfermeiros, médicos, auxiliares da copa, visitantes e acompanhantes é constante.
Corpo clinico qualificado com revezamento de médicos, de forma a ampliar o atendimento e ter supervisão pela observação de outro profissional.
Veterano? Um casca grossa? Podemos dizer que sim, mas culto e esclarecido.
Tomou banho e ficou deitado. Ela entrou no quarto. Seria, jeito durão, acompanhada de outros médicos residentes, porque faria uma explanação sobre a cirurgia. De soslaio, ele viu que a medica era oficial da marinha, oficial superior e vice-diretora do hospital.
Examinou o local da cirurgia e viu que ainda havia vestígios da medicação. A ordem soou direta: – Levanta e vamos tomar banho! Ele levantou-se e foi para o banheiro. Ela acompanhou.
Veio a segunda ordem: - Tira o pijama! Ele não pestanejou e tirou. Ficou nu.
Ela fala indignada: – Mas o senhor está sem cuecas, pelado!
Ele sem olhar para ela: – Claro que estou! Não tomo banho de cuecas!
Ela, indignada, vira as costas e sai do banheiro para examinar os outros pacientes.
Ele toma o banho e volta para sua cama.
Depois de examinar os outros pacientes, ela sai do quarto e não olha para ele. Também não voltou mais para examiná-lo.