Como e quando posso dizer eu vi a felicidade? Penso que são momentos únicos e às vezes até indescritíveis e podem acontecer de varias formas, com amigos, com colegas, com a família, com o companheiro (a), e até mesmo sozinho. Tenho certeza, porem que a característica destes momentos é a simplicidade, porque embora não pareça e talvez, não tenhamos o habito de ver o simples, felicidade é sinônimo de simplicidade.
Foi assim, um dia qualquer, terça-feira, feriado de carnaval, de 2017. Minha mulher e eu saímos para passear com a Pietra, nossa neta. O chimarrão, fiel companheiro estava junto. A praia cheia, dia típico de verão e lembrei-me da praça, tem sombra e bancos. Deu certo. Sentamos a sombra de uma bela figueira.
O que escrevo agora é o que chamei de sublime felicidade. Os olhinhos dela brilhavam, o sorriso teimava em não sair do rostinho, a curiosidade de ver tudo e tocar em tudo a dominava completamente. Ver os passarinhos e chama-los para si mesma com a intenção de vê-los mais de perto e toca-los, com a ingenuidade angelical de uma criança doce e feliz, foi o momento que ficou gravado nos meus olhos e no coração. Se pudesse, pararia o tempo e ficaria ali, aproveitando e olhando, olhando…
Uma senhora aproximou-se e puxou conversa, ao ver o mesmo que nós víamos: uma criança feliz e encantadora. Dona Maria de Lurdes com seus 89 anos de idade. Uma mulher forte, que ainda trabalha, e com historias para contar, de quando trabalhou em uma estância em Arroio Grande.
Mas já estava na hora de almoçar. Convidamos a nossa querida pequena para ir e a resposta rápida:- Não. Por que ela não queria ir embora? Porque estava feliz!
Neste momento em minha cabeça, tenho muitas questões e provavelmente, não tenha respostas. Meus pais sentiram a mesma coisa com seus netos? Os pais da minha esposa sentiram a mesma felicidade, quando cuidaram dos netos? Eu, no papel de pai, aproveitei estes tipos de momentos com meus filhos? Estas são algumas delas.
Mas não quero responde-las, por uma serie de motivos, entretanto, o que me levou a escrever isto é uma única certeza: felicidade existe!
Penso que, toda a vez que passar novamente naquela praça, vou acha-la encantadora.
Abraço no coração e uma ótima semana!