“Doce feito de palitos franceses, em geral embebidos em licor e dispostos em camadas entremeadas de uma pasta de chocolate, ou de outro ingrediente, gemas e manteiga”. (Aurélio, 2010, 1585). Essa é uma definição de pavê.
Mas como começou esta historia? Foi na Galeteria Per Tutti, na Rua Dona Laura em Porto Alegre. Houve um período, que morava em Uruguaiana e trabalhava na capital. Foram treze meses. Durante este tempo, principalmente no almoço, tive oportunidade de conhecer vários restaurantes, pois a convivência com muitos colegas de trabalho proporcionou esta experiência. Costumávamos almoçar juntos, às vezes um grupo grande, outras pequeno. E este restaurante, era um dos preferidos, da grande maioria, tanto para refeições cotidianas, quanto, para reunião almoço (quando havia uma necessidade de conciliar horários das diferentes atividades da equipe de trabalho).
Após a refeição, o garçom circulava com a mesa de sobremesas, oferecendo os quitutes para aqueles que já haviam comido. Logo nas primeiras vezes, aquele doce chamou minha atenção (o de morango), vistoso, com chocolate e um creme branco de dar água na boca, as camadas de palitos espessas e com aquele creme derretendo-se por cima e pelos lados. Pedi um pedaço ao garçom e perguntei: que doce é este? Ele respondeu: – Pavê!
No tenham duvidas, que provei todos os pavês de todos os tipos. Porem, as imagens não saíram mais da minha cabeça. O chocolate derretendo, o aroma do doce com o licor, o creme, as cores…
Pensei assim: ainda vou fazer um doce como aquele.
Preciso dizer que naquele tempo eu não pensava em cozinhar, ou melhor, não sabia que gostava.
Pavê de doce de morangos (aquele com pedaços) com trufa de chocolate ao leite, com chocolate branco, com meio amargo, com licor, sem licor, com doce de pêssego, doce de uva, doce de amora, com frutas naturais e com todos os tipos de bolachas ou palitos doces, são alguns que já fiz.
Um detalhe: os primeiros pavês que fiz, usava a gelatina sem sabor, que dá uma consistência, mas não ficava se desmanchando como os da galeteria e eu sempre pensando que faltava alguma coisa. Até que um dia não usei a gelatina sem sabor, porque não tinha em casa e o pavê ficou igualzinho aquele da Per Tutti!
Nas minhas receitas não uso mais a gelatina sem sabor!
Abraço doce no coração! Boa semana!
REFERÊNCIAS:
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda.
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa / Aurélio Buarque de Holanda Ferreira; coordenação Marina Baird Ferreira, Margarida dos Anjos. 5ª Ed. – Curitiba: Positivo, 2010. P. 1585